domingo, 29 de abril de 2007

Ao meu amor

Companheiro mesmo que distante,
amigo mesmo quando brigamos,
você presente na minha vida ,
numa relação de amor, e atenção.
Por isso é que um dia esperei por alguém,
esse alguém tinha que ser assim como você,
que me desse amor e me fizesse feliz.
Eu sabia que um dia iria te encontrar e então viveria
momentos de prazer e dedicação.
Momentos que ficariam marcados na memória do tempo,
Momentos que vivo agora ao seu lado.
É difícil expressar o valor do meu amor por você,
porque a cada dia eu aprendo a te querer mais e mais.
É difícil expressar o que você representa para a minha vida,
porque a cada dia encontro em mim um novo espaço
ocupado por você.
Só sei que você me faz bem, me faz feliz e muita amada.
E é em nome desse amor que sinto por você, que quero poder
te dar o melhor que existe em mim.

A ferida

Maria desceu a rua, indo para o ponto de ônibus.No caminho, lamentava-se pelo cansaço de mais um dia de serviço;demorava cerca de duas horas no retorno para sua casa.Voltava certo de que não teria novidades.

Entretanto, parou pois ouviu um barulho ensurdecedor, não sabia o que estava para acontecer, olhou para os lados e nada viu.

Continuou a caminhar por aquela avenida, em Jabaquara, em direção a uma praça perto de uma banca de revistas,onde sempre passava para ir para sua casa.

Maria parou diante da banca de jornal e como quem não quer nada, correu os olhos pelas manchetes e capas de revistas.

Displicente.Piscou os seus olhos fartos de cílios e voltou a andar.Um andar descofiado, certo de algo estava errado.

Quando viu um menino correr desesperadamente com a mão na barriga.A curvatura do corpo denunciava o mal.Uma ferida em seu abdômem totalmente aberta.

Menino de treze anos, com uniforme da escola, era mais uma vítima da violência urbana, seus olhos cheios de lágrimas denunciava a dor que estava sentindo.

Dói, dói muito murmurava o menino, ele olhava para o céu apertando a barriga e cambaleando, andava por aquela rua sem saber para onde ir.

Maria tentou chegar mais perto,mas as pessoas que passavam por aquele local paravam para olhar a cena sobria naquele fim de tarde de terça-feira, e ela não conseguia chegar próximo do garoto.

O menino ia caminhando sem destino e seus passos deixavam um rastro vermelho pelas calçadas da cidade, denunciando que mais uma vez alguém estava sofrendo as consênquencias da violência.

O sol já estava se pondo, dando início a escuridão, e transformando a dor do garoto em medo.O grito engasgado saía junto com o soluços intermitentes.

Maria foi se aproximando, e notando que aquele gritos eram familiar, ela já tinha ouvido aquela voz, correu mais rápido em direção ao menino,e notou que era seu conhecido.

O menino morava apenas duas casas depois da sua, a mãe dele havia morrido a alguns anos, e ele morava apenas com o pai.

Ela então parou perto do menino que já estava caído e o chamou pelo nome: João eu estou aqui, não tenha medo vou colocar alguma coisa para estancar o sangue.

Tirou uma blusa, que estava dentro de sua bolsa, rasgou em uma grande tira, e amarrou a no abdômem do garoto, para parar a hemorragia .

O menino não conseguia mais falar, e nem chorar, o mundo passou a girar, e seu olhos ainda enxergavam tudo, com um pouco menos de nitidez.

A respiração cada vez mais ofegante era dificultada ainda mais pela multidão que ia se aproximando ao redor daquele pequeno corpo estendido no chão.

Ali, enquanto todos pensavam que mais uma criatura iria partir, Maria gritava deseperadamente por socorro.Com as mão cheias de sangue, correu em direção ao resgate.

O tempo parecia ter parado para Maria, tudo girava em camera lenta, a escuridão passou a fazer parte daquela avenida,apenas um pouco de luz iluminava, quando algum carro se aproximava com o farol.

Maria e o resgate correram em direção ao garoto, pegaram com cuidado o braço dele, e chamaram seu nome; João pode me ouvir, e garoto com a expressão de muita dor, murmurou que sim.

O garoto estendeu o braço, tirou a expressão triste de si e se preparou para subir na maca.Maria junto com dois enfermeiros ampanharam o garoto.

A vontade de viver de João era tão intensa, que a recuperação dele foi rápida, e seus olhos mais uma vez poderá transmitir a esperança de uma vida melhor.